07/11/2010

Burn out é uma Tendência?

Li o artigo "Burn out" ataca desiludidos com o próprio trabalho", e automaticamente parei pra ler. Quero dividir contigo, perguntando se isto é, ou nao uma Tendência.

Na medida que leem, percebam o quanto o clima e os valores de determinadas empresas, podem desencadear este transtorno psiquico nos colaboradores.


Segundo estudiosos, o perfeccionismo é fator de risco para esta doença insidiosa, que ataca a motivação de gente que rala, sem distinção de cargos hierárquicos. O "burn out", termo que em inglês designa a combustão completa, está incluído no rol dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. Foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009, segundo dados da Previdência Social.

Segundo a reportagem a síndrome é bem mais que "mero" estado de estresse, é um transtorno psíquico que mescla esgotamento e desilusão (grifo meu. Pode ser desencadeado por uma exposição contínua a situações estressantes no trabalho, explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente no Brasil da Isma (International Stress Management Association), entidade que pesquisa o "burn out".

O professor Cláudio Rodrigues, afastado por causa da doença, disse sentir que o seu trabalho "não vale a pena". A doença é gerada pela percepção de que o esforço colocado no trabalho é superior à recompensa. A pessoa se sente injustiçada e vai se alienando, apresentando sintomas como depressão, fobias e dores musculares."

Isto acontece em sua empresa, com alguns amigos? Pois é...em minhas aulas, recorre este tema, bem como em treinamentos que vivenciamos. É a doença dos idealistas, diz Marilda Lipp, do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora de psicologia da PUC-Campinas. Quantos colegas, não são idealistas hein?

"O 'burn out' é um desalento profundo, ataca pessoas dedicadas demais ao trabalho, que descobrem que nada daquilo pelo que se dedicaram valeu a pena." O estresse, tem um componente biológico forte, ligado a situações em que o corpo tem de responder ao perigo. Já o "burn out" é um estado emocional em que a pessoa não sente mais vontade de produzir.

"Tem a ver com o valor depositado no trabalho", diz Lipp. "Quem apresenta exaustão emocional, não se envolve mais com o que faz e reduz as ambições pode estar sofrendo do transtorno." O diagnóstico não é fácil: a apatia gerada pelo "burn out" pode sugerir depressão ou síndrome do pânico. Médicos, professores e policiais são grupos de risco, diz Duílio de Camargo, psiquiatra do trabalho ligado ao Hospital das Clínicas.

Esta doença esta mais comum do que pensamos! Segundo a reportagem, o professor Cláudio Rodrigues, 43, entrou em combustão total por duas vezes. Começou como um estresse, que foi se acumulando ao longo de dez anos. Ele lecionava 13 horas por dia numa escola da zona sul de São Paulo. E se frustrava com salas lotadas e alunos desinteressados, conta. "Via um aluno meu entregando pizza junto com alguém que nunca tinha estudado. Eu me sentia impotente como professor". Deprimido, se manteve afastado das salas por dois anos. Em 2004, depois de receber acompanhamento psiquiátrico e tomar medicação, voltou. Em maio deste ano, recaiu. "Nada tinha mudado na escola, estrutura péssima. Eu me sentia responsável por estar levando todos os alunos a um caminho sem futuro."

No meio de uma aula, o professor começou a suar e sentir o corpo ficar mole. Saiu e desmaiou na escada. Na semana seguinte, enquanto caminhava para o trabalho, desmaiou de novo. Está afastado desde então. Sinto uma insatisfação por ver que o meu trabalho não vale a pena", desabafa.

Casos como esses são tratados com psicoterapia e antidepressivos mas, segundo Marilda Lipp, a medicação só combate os sintomas. "A pessoa precisa reavaliar o papel do trabalho em sua vida, aprender a dizer não quando não tem condições de executar algo e reconhecer o próprio valor, mesmo que outros não o façam."

Um outro depoimento que recortei da reportagem foi da empresária Amália Sina, 45:"Eu era infeliz e não sabia". Hoje ela é a dona do negócio, mas há quatro anos, era a vice-presidente, na América Latina, de uma multinacional e responsável pelas atividades da empresa em 22 países. "Dava aquela impressão de que o mundo girava em torno do trabalho, sempre com a faca na garganta", diz. Para a empresária, o apoio que teve da família e a prática de exercícios a ajudaram a suportar as pressões. Até ela deixar a função executiva. A empresária adotou a estratégia correta para prevenir um "burn out", segundo o psiquiatra Duílio de Camargo. "A pessoa chega a esse estado sem saber o que tem. Se não tiver acolhimento da família, o desconforto aumenta."

Na visão de Eugenio Mussak, fisiologista e professor de gestão de pessoas, as providências para prevenir essa patologia do trabalho devem partir tanto do sujeito quanto da empresa. (grifo meu)segundo ele, todo mundo que trabalha bastante deve se permitir algumas atividades diárias cuja única finalidade seja o prazer, para compensar o clima estressante. E se o ambiente de trabalho puder criar um "estado de férias", melhor ainda. "Chefes compreensivos, que valorizam o esforço e respeitam os limites de seus subordinados criam um ambiente menos favorável ao "burn out'", diz o professor. "É preciso respeitar o limite entre o que é profissional e o que é pessoal, e a empresa deve estimular o trabalhador a respeitar esses limites também."

E você o que tem feito para evitar esta tendência em si e na empresa que trabalha?

Boa semana, Cintia


Um comentário:

  1. Obrigado pelo envio da matéria, muito interessante. Acredito que seja uma tendência sim, fruto do estimulo a competição e principalmente da falta de sentido que as pessoas têm pela vida.

    Muitos não fazem a menor idéia do que estão fazendo neste planeta e de alguma forma são atraídas pelo sistema atual que estimula a competição e o consumo, são presa fáceis.

    Conseguir ter uma cosmo-visão de como as coisas estão arquitetadas e saber “navegar” neste mundo na minha opinião possibilita que não façamos parte do jogo de maneira alienada e sofremos com os efeitos devastadores do processo.

    É preciso saber o caminho. Entretanto apenas saber o caminho também não te leva a lugar algum, pois o caminho não é a trajetória. Ter uma consciência maior nos permite com paz, entender que não conseguiremos jamais ter controles das coisas, das pessoas, da natureza, enfim de nada. Não tenho controle sobre o que você vai achar deste artigo, não faço a menor idéia e não posso criar expectativa, minha consciência é de contribuir.

    Quando um professor lecionando em uma escola rica, com todas as condições possíveis, ele também não tem o controle sobre o futuro dos seus alunos. Estar alinhando com uma missão nos faz compreender o dever de ensinar em péssimas condições e para alunos “desinteressados”. Não dá para um médico sem missão querer trabalhar na Africa ou no Haiti, se não fizer sentido vai se deprimir.

    É verdade que muitos estão sofrendo, e estão sofrendo mesmo, os sintomas vem como uma nuvem, pega a pessoa sem mais nem menos, minha esposa e Enfermeira do Trabalho especializada em Medicina do Trabalho e convive com isso todos os dias: as pessoas estão surtando.

    O segredo está em ter claro qual é a nossa missão e principalmente valorizar cada coisa que a vida nos concede, das mais simples as mais complexas, ter a sabedoria de ler nas entrelinhas a coisa que a vida nos proporciona e que vem com recados legais. Por exemplo receber um e-mail seu: Interpreto como: Você existe e importo com sua opinião.

    Meu vizinho é um empresário de sucesso e tinha dois carros da moda, os mais badalados do momento, vendeu um e comprou um fusquinha 1970, perguntei por que e ele me disse é este o que quero e este que me faz feliz. Interessante!

    Cintia, ambientes legais, lideres compreensivos, empresas éticas tudo favorece a uma qualidade de vida, entretanto, vivemos uma crise de lideres. Ninguém esta preparando lideres, estão preparando gestores de pessoas, capazes modernos.

    Cintia um grande abraço!

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